sábado, 29 de outubro de 2011

ASPIRINA DIMINUI INCIDÊNCIA DE CÂNCER

Saúde.terra


Aspirina diminui incidência de câncer colorretal em até 60%


Os resultados preventivos são visíveis a longo prazo. Foto: Getty Images


Tomar aspirina diariamente e por longos períodos diminuem em cerca de 60% a incidência de câncer colorretal em pessoas com risco hereditário de desenvolver a doença, noticiou esta sexta-feira a revista científica The Lancet.
As conclusões partiram de um estudo feito com pacientes que sofrem de síndrome de Lynch, uma falha genética vinculada com o reparo celular que provoca câncer colo-retal e de outros tipos. A síndrome de Lynch ocorre em uma entre mil pessoas e responde por cerca de um em 30 casos de câncer de intestino.
Pediu-se a 861 pacientes, escolhidos ao acaso, para tomar duas aspirinas por dia, uma dose de 600 mg, ou um placebo, por pelo menos dois anos. Depois, fizeram regularmente exames de cólon. Em 2007, quando os dados deste estudo foram examinados pela primeira vez, não havia diferenças na incidência de câncer colorretal entre os grupos. Mas as coisas mudaram quando os cientistas voltaram a checá-los alguns anos depois.
Na época, foram registrados 34 casos de câncer colorretal no grupo que ingeriu o placebo e 19 no grupo que tomou a aspirina, uma redução de incidência de 44%. Os médicos, depois, analisaram aqueles pacientes (60% do total) que tomaram a aspirina ou o placebo além do prazo mínimo de dois anos. Neste subgrupo, os números foram ainda mais impressionantes.
Foram registrados 23 casos de câncer no grupo que tomou o placebo, mas apenas 10 no da aspirina, o que correspondeu a uma queda de 63%. As diferenças começaram a ser vistas após cinco anos.
À luz desta descoberta, foi lançada uma nova pesquisa para ver qual é a melhor dosagem e duração do tratamento da aspirina. "Enquanto isso, clínicos devem considerar a prescrição da aspirina para todos os indivíduos considerados em risco elevado de câncer, mas tomando medidas apropriadas para minimizar os efeitos colaterais", destacou o artigo, chefiado por John Burn, professor de genética clínica da Universidade de Newcastle, nordeste da Inglaterra.
Muitos médicos recomendam o uso regular de aspirina para diminuir o risco de ataque cardíaco, derrames relacionados com coágulos e outros problemas circulatórios. Um efeito indesejado do uso diário e prolongado da aspirina é o risco de desenvolver problemas de estômago.
No ano passado, um estudo também publicado na The Lancet, demonstrou que as taxas de câncer de cólon, próstata, pulmão, cérebro e garganta foram todas reduzidas pela ingestão diária de aspirina. No caso do cólon, o risco depois de 20 anos diminuiu em 40%.



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

FÁBRICA DE DINHEIRO

Exame
neymar

O Santos segue com seus planos de segurar o atacante Neymar por pelo menos mais um ano. O time paulista acaba de assinar um contrato de três anos com o Banco do Brasil, o que garantirá ao jogador um ganho total de 6 milhões de reais. Desde julho, o Santos fechou patrocínios pessoais para Neymar que somam 30 milhões de reais com duração até o fim da Copa de 2014. Só esses contratos renderão ao craque cerca de 10 milhões de reais ao ano. Neymar também recebe um salário de 400 000 reais e tem outros patrocínios fechados diretamente por seus agentes. Tudo computado, seus ganhos mensais já beiram 2 milhões de reais. O Santos fica com 30% dos valores de contratos que intermedeia.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

VAI COMEÇAR TUDO DE NOVO

Eduardo Bresciani, do estadão.com.br

Novo ministro do Esporte recebeu doações de patrocinadores da CBF



O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B-SP), recebeu doações de campanha de empresas patrocinadoras da Confederação Brasileira de Futebol. Ele foi o presidente da CPI da CBF/Nike, mas nos últimos anos se aproximou de Ricardo Teixeira sendo um de seus interlocutores no Congresso. As declarações de bens do deputado mostram que ele teria perdido quase a metade do seu patrimônio entre 2006 e 2010.

Segundo as informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a prestação de contas de Aldo nas eleições do ano passado mostra que ele recebeu doações de três dos dez patrocinadores da CBF. O deputado comunista recebeu R$ 50 mil do banco Itau Unibanco, R$ 25 mil da Fratelli Vita Bebidas, que pertence à Ambev e R$ 80 mil da Companhia Brasileira de Distribuição, que controla o Grupo Pão de Açúcar.
O deputado recebeu ainda dinheiro de empreiteiras envolvidas na construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014. No ano passado, a Mendes Júnior doou R$ 100 mil a Aldo. A construtora participa das obras em Cuiabá. Em 2006, o deputado comunista recebeu R$ 40 mil de uma empresa do grupo Odebrecht, que está a frente de obras em quatro dos doze estádios do evento. Ele recebeu ainda R$ 200 mil em 2010 e outros R$ 250 mil em 2006 da construtora Camargo Corrêa, que não participa, porém, da construção de estádios.
Patrimônio. As informações prestadas ao TSE mostram ainda um dado curioso. O deputado perdeu quase a metade de seu patrimônio desde 2006. Naquele ano Aldo declarou ter R$ 612,9 mil em bens. No ano passado, este montante caiu para R$ 376,3 mil. A perda se deve basicamente a uma casa de R$ 203 mil declaradas em 2006 e que não consta na prestação de contas do ano passado. Em 2010, o único imóvel declarado por Aldo é uma casa em Viçosa (AL), que estava em construção quatro anos antes.




ALDO REBELO É O NOVO MINISTRO DO ESPORTE

Istoedinheiro



Por Tânia MOnteiro e Lisandra Paraguassu
O deputado Aldo Rebelo(PC do B-SP) foi confirmado novo ministro do Esporte. Segundo informações da Assessoria do Planalto, Rebelo foi convidado há pouco pela presidente Dilma Rousseff e aceitou o cargo. Neste momento ele dá uma entrevista coletiva.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MINISTÉRIO DO TRABALHO ENTRA EM ESCÂNDALO DO ESPORTE

Severino Motta e Adriano Ceolin, iG Brasília


Uma das testemunhas do inquérito que investiga fraudes no Programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, Geraldo Nascimento, envolveu o nome de outra ONG no desvio de recursos públicos. Numa gravação a qual o iG teve acesso ele diz que a Confederação Nacional dos Evangélicos (Conae), que assinou um convênio com o Ministério do Trabalho, também participou do esquema.

Geraldo, que fez um acordo de delação premiada com a Justiça, disse que era o responsável por sacar o dinheiro conseguido com o uso de notas fiscais de empresas de fachada. Numa ocasião, afirmou que coletou recursos e foi até Goiânia deixar dinheiro com representantes da Conae.

“Eu só ia na última reunião, ia na licitação, ganhava a licitação e (depois) só ia no dia de sacar. Agente não entregava nenhum produto”, disse. “A Conae tem em Goiânia também. Inclusive, esses dias para trás, fui sacar em Goiânia. Sacar dinheiro para o pessoal da Conae”, completou.

A Conae, que firmou contrato de R$ 663,2 mil com uma empresa em nome de Geraldo, a JG Alimentos Preparados, negou qualquer irregularidade e disse que recebeu os “lanches” que foram comprados da companhia.

De acordo com o reverendo Hélio César Araújo Júnior, presidente da entidade, todos os R$ 3,3 milhões recebidos do governo em 2008 foram aplicados no programa para capacitar 1850 jovens para o mercado de trabalho.

“Nós recebemos os lanches (da JG Alimentos), tenho prova dos lanches entregues para os alunos, material fotográfico com os jovens (...) Esse nome (Geraldo) eu ouvi falar pois ele era o responsável em receber, as vezes ele fazia a entrega dos lanches, era a pessoa que a gente fazia os pedidos, mas ouvir falar no nome dele não significa que ele me devolveu recurso, de maneira nenhuma”, disse.

No inquérito que investiga o programa Segundo Tempo, que está no Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público (MP) alega que a empresa JG Alimentos Preparados foi criada somente para a prática de atos criminosos, “notadamente (para) o fornecimento de notas fiscais inidôneas – ‘frias’ - para serem utilizadas na comprovação do suposto cumprimento dos objetos dos Convênios”.

Ainda de acordo com o MP, a JG está no nome de Geraldo, mas, na prática, é de Miguel Santos Souza, que operava uma série de empresas de fachada que emitiram notas para as ONG’s do PM João Dias “sem que estas correspondessem à efetiva entrega dos produtos nelas descritos”.

O contrato entre a JG e a Conae ainda foi objeto de processo no Tribunal de Contas da União (TCU). No acórdão 3866/2009, os ministros pedem que o Ministério do Trabalho, ao avaliar a prestação final de contas da entidade, “apure a ocorrência de duplicidade na contratação de lanches”.

A Conae, para atender os alunos do programa, contratou duas associações para ministrar aulas. Elas eram obrigadas a fornecer o lanche dos jovens. Mas, mesmo assim, existiu o contrato com a JG Alimentos.

A assessoria do Ministério do Trabalho informou ao iG que algumas “inconsistências” foram encontradas na documentação de contas da Conae. A Confederação teria enviado material para esclarecer os erros apontados e a prestação de contas ainda está sob análise do Ministério.

Sede


Apesar da entidade ser de Goiânia e constar em seu site que a prestação dos serviços se deram no Estado de Goiás, o convênio firmado com o Ministério do Trabalho cita o envio de recursos para um escritório da Conae em Brasília.


A reportagem esteve no endereço que consta no CNPJ da Conae no Ministério da Fazenda e não localizou a entidade. O administrador do prédio, Luís do Couto, cuja família cuida do imóvel desde 1965, disse que “essa empresa não existe” no local.


Sobre isso, o reverendo disse que o local é um “condomínio de outras salas” e que o representante da Confederação não fica muito no local pois está sempre “correndo atrás de projetos”. Mas que, se a reportagem agendar um horário, será recebida por um membro da entidade.

CONSUMO DE CAFÉ PODE REDUZIR RISCO DE CÂNCER DE PELE

CorreiodoBrasil



Pesquisadores norte-americanos garantem que o consumo diário de café reduz o risco de desenvolver basalioma, forma de câncer de pele mais frequente. A pesquisa, apresentada na conferência da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, em Boston, mostrou que as mulheres que bebem mais de três xícaras de café por dia têm reduzido em 20% o risco de desenvolver basalioma em comparação com aquelas que consomem pouco ou nenhum café.

Já os homens se beneficiam menos deste efeito protetor. Mas, o consumo de mais de três xícaras de café por dia reduz em pelo menos 9% o risco de desenvolver câncer de pele.

Quanto mais café se consome mais se reduz o risco de basalioma. O estudo indica que o consumo de café pode ser uma opção importante para ajudar a prevenir o câncer de pele.

Com quase um milhão de novos casos de basalioma diagnosticados a cada ano nos Estados Unidos, fatores alimentares como o consumo diário de café, inclusive com modestos efeitos protetores, pode ter um grande impacto na saúde pública.

Em maio deste ano, outro estudo feito pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard descobriu que os homens que bebem seis xícaras de café por dia reduzem em 20% o risco de desenvolver câncer de próstata.



terça-feira, 25 de outubro de 2011

A SÉRIE C É BRINCADEIRA

O que se discute no país hoje, é a fortuna que vai se gastar para sediar a copa de 2014 no Brasil.
Doze capitais terão estádios novos, caríssimos, além de  uma nova estrutura de mobilidade urbana.
Pois bem, tudo isso, para sediar uma copa do mundo de futebol; enquanto isso, a CBF, responsável pelo futebol no país, assiste de camarote essa verdadeira "cachorrada" que está sendo a série C do campeonato brasileiro.
O América fez uma viagem perdida ao Acre, para jogar com o  Rio Branco, que foi desligado do campeonato, entrou na justiça, conseguiu permanecer através de liminar, a liminar foi derrubada, o time recorreu e virou um "balaio de gatos".
Pronto, agora o Rio Branco aceitou a decisão, resolveu retirar as ações na justiça e agora não querem deixar.
Pode?

EMENDA PIOR DO QUE O SONETO.


Paulo de Tarso é um norte-riograndense de Santana do Matos, descente de família tradicional do nosso estado.
É um dos melhores advogados da região, ex-deputado estadual e participante ativo dos movimentos políticos do Rio Grande do Norte.
Foi até pouco tempo Secretário chefe da casa civil, tendo pedido exoneração do cargo por lealdade e amizade ao vice-governador e ex-Secretário de recursos hídricos, Robinson Farias.
Um dia após a sua saída do governo, Paulo deu uma entrevista, tecendo algumas considerações e críticas ao governo de Rosalba Ciarlini ; coisas de caráter pessoal,mas que é do conhecimento da opinião pública do estado.
Dois dias depois deu nova entrevista, desta feita, amenizando o que havia dito na hora da saída, alegando o fato de haver bebido, Paulo  que é apreciador de um bom vinho, tentou remendar a verdade, com elogios ao casal que governa o estado.
A emenda saiu pior que o soneto e Paulo perdeu uma ótima oportunidade de ir para Caraúbas em Maxaranguape ou até mesmo para o Rio de Janeiro que é seu refúgio predileto.

IN VINO VERITAS

Enviado por Leonardo Arruda


In Vino Veritas - No vinho está a verdade, afirmavam os antigos romanos. Com isso eles queriam dizer que a embriaguez soltava a língua e fazia a verdade vir à tona, no que eles tinham inteira razão, tanto que foram grandes produtores e apreciadores de vinho. Conheciam também a cerveja, o "vinho da cevada", a que chamavam cervecia, mas não a apreciavam muito. Em todo o mundo mediterrâneo, considerava-se o vinho e o azeite de oliva como o símbolo da civilização, ao passo que a cerveja e a gordura animal seriam o símbolo da barbárie.


Como descendente de gente do mediterrâneo, compartilho a paixão pelo vinho. Mas esta paixão não me foi transmitida por meus progenitores; eu a descobri na idade madura, quase por acaso, com o despertar de uma atração atávica e irresistível, que não sei bem explicar. Tive que viajar para aprender a gostar de vinho. E suprema ironia, a viagem não foi sequer para um país com tradição vinífera, eu estava indo para o extremo oriente. Na verdade, não precisei chegar a meu destino; a revelação deu-se ainda no avião. Explico: pela primeira vez em minha vida, eu viajava pela classe executiva (obviamente a viagem era a serviço e a passagem fora paga pela parte contratante) e tive a chance de provar o vinho de qualidade superior que era servido ali em generosa quantidade. De início, meu paladar obtuso mal notou qualquer diferença em relação aos vinhos de supermercado que eu provava de raro em raro. Mas quanto às sensações que eram produzidas, a diferença era, esta sim, enorme. 

Experimentei uma vertigem, um bem-estar, um frêmito em minha atividade intelectual aliado a um aguçamento de minha sensibilidade, que me fez por algumas horas achar poético o que era prosaico, e finalmente entendi o que quisera dizer aquele jornalista norte-americano (HL Mencken, creio) que, ao ser questionado sobre por que bebia tanto, respondeu: "bebo para tornar os outros interessantes". 


Lentamente caí no sono, e acordei no dia seguinte com excelente disposição, mesmo após mais de 24 horas de viagem. Não soube inicialmente explicar o que me sudera, mas após a terceira viagem, e tendo observado que igual estado de consciência me acometia sempre duas horas após a decolagem, por fim descobri o motivo.Por sorte, esta terceira viagem a serviço foi para um país europeu, e pude aproveitar para descobrir porque estes europeus preferem um copo de vinho no lugar de uma coca-cola para acompanhar as refeições. Timidamente aventurei-me a escolher um vinho ou outro, mesmo sem ter a menor idéia de quanto tipos e qualidades existiam, e qual seria o apropriado para cada situação. Nunca me esqueci a primeira vez em que entrei em um supermercado qualquer em Zurique e contemplei a imensa estante de vinhos, com centenas de garrafas, oriundas de vários países europeus e com denominações de que eu jamais ouvira falar, e o mais surpreendente de tudo, havia vinhos baratíssimos, na faixa de dois francos suíços, e que nem assim deixavam de ter uma qualidade respeitável. Voltei lá nas viagens seguintes, e os preços se mantinham, assim como os hábitos da população.

Desde então tornei-me um apreciador de vinhos, embora mal esteja começando a entender do assunto. Consumo-o regularmente, mesmo sozinho, ao menos meia garrafa. 

Acostumei-me ao olhar espantado dos garçons, quando lhes peço uma taça de vinho ao invés de um refrigerante. 


Interessado que sou em História, procurei levantar a evolução histórica do vinho. Surgiu há mais de sete mil anos atrás, possivelmente na Ásia Menor. Eu compreendo o motivo de tão duradoura paixão. Para uma vida curta, bruta, de lutas, sofrimento e trabalho árduo, o vinho era a única fonte de alívio para os dissabores, a única diversão, a única fonte de encorajamento, e mais do que isso, era o único anticéptico, o único anestésico, o único calmante, o único sonífero, às vezes o único alimento. 


Servia até para matar a sede, como acontecia nas caravelas que descobriram o Brasil, que carregavam tantos barris de água quanto de vinho. Explica-se: a água apodrecia nos barris de madeira e causava diarréia nos marinheiros, ao passo que o vinho suportava bem melhor a viagem. Era também com o vinagre fervendo que se desinfetava o chão imundo de excrementos do porão dos navios, e se assegurava um mínimo de condições de sobrevivência aos tripulantes. Teria sido descoberto o Brasil, se não fosse o vinho? Mas por que fui tocar neste assunto? É que vejo este tradicional desapego dos brasileiros pelo vinho como o emblema de um incompreensível rompimento com nossas raízes ibéricas. 

Gostamos de alardear que o Brasil é a terra da cerveja, a Loura Gelada, como se a cerveja fosse invenção nossa, e não mais uma importação européia. Não é de todo sem motivo este divórcio: os portugueses nos legaram a maior parte de nossa bagagem cultural, mas houve uma coisa que eles não nos legaram - o vinho. Estavam proibidos de fazê-lo. Plantar videiras aqui, assim como plantar oliveiras, era crime de cadeia. Só fomos descobrir o vinho com a chegada dos imigrantes italianos, e só agora nosso produto começa a adquirir certa qualidade, e suprema ironia, o consumo cresce entre os brasileiros, ao mesmo tempo em que diminui na Europa. Cada vez que saco a rolha de uma garrafa, tenho a sensação de estar promovendo uma reconciliação entre a nossa terra e nossos ancestrais ibéricos, com os quais rompemos por motivo de orgulho tolo e pueril. Então, que garrafa tomamos hoje? In Vino Veritas!

DOENÇA DE CHAGAS

AGÊNCIA BRASIL 

Protozoário causador da doença de Chagas pode gerar remédio



O mesmo protozoário que causa a doença de Chagas pode ser também um agente decisivo no combate a outras doenças cardíacas. Uma pesquisa do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (Incor-USP) aponta o Trypanosoma cruzi como o gerador natural do que pode vir a ser um novo remédio contra o acúmulo de colesterol em veias e artérias.
O Trypanosoma cruzi é produtor de uma enzima chamada transialidase. Estudos feitos ao longo de quase dez anos pelo Incor-USP já comprovaram que, em animais, essa enzima faz com que placas de colesterol fixadas nas artérias se desmanchem, reduzindo assim o risco de enfartes.
As pesquisas sobre a enzima são coordenadas pela diretora do Laboratório de Inflamação e Infecção do Incor-USP, Maria de Lourdes Higuchi, que se dedica, desde o início de sua carreira como pesquisadora, a estudar a doença de Chagas.
Ao longo de anos de trabalho, Maria de Lourdes percebeu que os doentes de Chagas tinham uma vantagem em relação a outras pessoas e isso chamou sua atenção. “Nenhum doente tinha histórico de aterosclerose [acúmulo de colesterol nas veias]”, disse ela. “Resolvemos então começar a estudar os motivos disso.”
Nesses estudos, a pesquisadora descobriu que a enzima transialidase, produzida pelo Trypanosoma cruzi, “rouba” das células humanas ácido siálico. Esse ácido ajudam as bactérias a se unir ao colesterol e se prender nas paredes arteriais, formando blocos de gordura. Sem ácido siálico nas células, porém, as placas de gordura se desmancham.


Segundo Maria de Lourdes, a ação da enzima no combate ao acúmulo de colesterol já foi testada e confirmada em coelhos. A pesquisadora, agora, busca recursos para iniciar estudos sobre seus efeitos em pessoas com problemas cardíacos.
“Se tivéssemos uma condição ideal de trabalho e o apoio de uma grande empresa, poderíamos terminar as pesquisas em três ou quatro anos”, contou. “Estamos atrás do financiamento.”
O cardiologista José Antônio Ramires, diretor da Divisão de Cardiologia Clínica do Incor-USP, disse que espera que esse financiamento venha em breve pois o tratamento a partir da transialidase pode ser “uma mudança de paradigma”. “Seria um grande benefício para os pacientes”, afirmou.
De acordo com Ramires, cerca de um terço das mortes registradas no Brasil são causadas por doenças cardíacas. Dessas mortes, metade se deve à aterosclerose.
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam ainda que esses números tendem a aumentar no país. Segundo Ramires, com isso, o Brasil deve ser a nação com maior número de mortes por doenças cardíacas até 2030.