domingo, 16 de outubro de 2011

ROMANÉE-CONTI

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O Mítico Vinhedo da Domaine de La Romanée-Conti

Enviado em: 26/09/2011 às 06:25:23 no canal Matérias
Porque será que uma garrafa do Romanée-Conti custa tanto? O que o faz ter tamanha fama internacional? Estas são apenas algumas questões relacionadas a este festejado caldo, o vinho mais importante da Borgonha, um dos mais importantes do mundo e um dos mais caros também. O vinhedo, um Grand Cru (grande caldo) do mítico Romanée-Conti, fica em Vosne-Romanée, na Côte de Nuits (Côte d’Or). Localizado na rota dos “Grand Crus” da Borgonha, ocupa uma área de 1,8 hectares, plantados exclusivamente com a cepa Pinot Noir, em solo calcário com altitude, inclinação e drenagem perfeitas para dá às uvas (colhidas tardiamente) a luz e o sol ideais a uma boa maturação, gerando um vinho soberbo que estagia por 18 meses e barricas de carvalho novo francês e só atinge seu ápice entre os 8º e o 12º ano na garrafa. A plantação do vinhedo data do século XV e é atribuída aos monges de Saint-Vivant, e seu nome: “Romanée-Conti”, foi concebido pelo príncipe Louis François de Bourbon-Conde, o conde de Conti, que o comprou em 1750, no entanto há a versão de que fora dado pelo mesmo conde em homenagem aos romanos que plantaram suas vinhas por volta do século XI ou XII, mas a denominação Romanée-Conti, só surgiu em 1794.  Atualmente a propriedade pertence à família Villaine e é dirigida por Aubert de Villaine. Como a maior parte dos vinhedos da França, o Romanée-Conti foi atacado pela phylloxera e foi replantado em 1945 pelo sistema de enxertia, razão porque deixou de ser produzido de 1946 a 1951. Os 1,8 hectares da propriedade produzem por ano, apenas 450 caixas do mais famoso Pinot Noir do mundo, cerca de 6000 garrafas, sendo o 2º menor vinhedo da Appelation Vosne-Romanée Grand Cru, depois do Le Montrachet com 0,67 hectares de um especial Chardonnay, com apenas 250 caixas anuais. Os demais vinhos da appellation Vosne-Romanée, são tintos de Pinot Noir, bastante caros e constituem grande aquisição a qualquer apreciador: La Tâche, Richebourg, La Romanée. Romanée-Saint-Vivant, Echezeaux e Grand Echezeaux, que são separados do inconfundível Romanée-Conti por uma mureta de pedra de ½ metro de altura e com terroir bastante diferente um do outro, fato que justifica a distinta personalidade e preço entre os vinhos. Adepto da viticultura orgânica desde 1986, Aubert de Villaine, diretor da Domaine, maneja o vinhedo sem o uso de defensivos sintéticos, recentemente convertendo-o a viticultura biodinâmica, prática que além de rejeitar o uso de defensivos químicos no vinhedo, utiliza-se da influência dos astros sobre as vinhas e da tração animal no tratamento do solo, o que segundo ele, devido à mínima interferência humana, constitui-se na melhor maneira de respeita e lidar com o terroir abençoado da Domaine de La Romanée-Conti. A colheita manual é seletiva e a condução das uvas do vinhedo para a prensagem é feita em pequenas caixas, sem sobreposição dos cachos, para evitar a ruptura das cascas, e passa ainda por outra rigorosa seleção na esteira da vinícola para sagrar um controle de qualidade sem precedentes no mundo. O vinho, de tão distinto e raro, torna-se caro para atender a demanda universal, só sendo vendido através de um “assortiment”, isto é, de uma seleção de 12 Grand Crus de Bourgogne em que apenas um é Romanée-Conti, a um preço médio nunca inferior a US$ 6.000,00 (dependendo da safra). Quando estive no vinhedo, observei nas plantas, ainda com as uvas por colher, poucos cachos, pequenos e de poucos grãos, este sendo mais um segredo deste incrível vinhedo, a concentração. Diante da propriedade, amantes do vinho de todas as partes do mundo contemplam o vinhedo como que orando ao deus Baco pela graça de estar ali, na Meca dos vinhedos do mundo. Vejam o que disse numa palavra, em entrevista a Vejao seu guardião Aubert de Villaine, proprietário da DCR (Domaine de La Romanée-Conti) sobre seus vinhos: Echézeaux (frescor), Grands-Echézeaux        (sedução), Romanée-Saint-Vivant(elegância), Richebourg (riqueza), La Tâche(espiritualidade), Montrachet (meditação) Romanée-Conti (contemplação).

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